SAMBAQUI PEDE SOCORRO

Ontem, dia 22/10, foi realizada a reunião em SAMBAQUI com a Secretaria de Obras, Casan, Empreiteiros (responsáveis pelas obras de saneamento e pavimentação da nossa principal rodovia), Vereadores, Presidentes das Associações de Moradores do Distrito de Santo Antônio de Lisboa e moradores. Diga se de passagem, bem poucos moradores. Não os culpo por não se interessarem em participar de uma discussão dessa, que os afeta diretamente. Mas, o poder publico é tão desacreditado pela população, que essa se recolhe a sua insignificância frente a eles, que nada faz. Vive com discursos prontos, se indigna, mas é pessimista, quando o necessário é agir. Em um momento desse, é necessário barulho, muito barulho. Porque se não realmente, somos postos de lado. O que vi na reunião afirmou perfeitamente o que estou dizendo. Os orgãos públicos estavam calmos, deram as explicações necessárias, estavam preparados. Preparados a ponto de nos convencer a dar uma nova chance para que eles possam entregar a obra, o Secretario de obras, inclusive citou algumas datas, para que o trabalho esteja pronto. Ficaremos no aguardo. A reunião foi valida, todos se fizeram presentes, e responderam a todos os questionamentos. Mas, o motivo pelo qual eu faço este post hoje, foi dois pontos importantes que mexeram comigo. O primeiro foi do baixo quorum na reunião por parte dos moradores, que são prejudicados todos os dias, e que vão continuar a reclamar, se indignar, descer do carro, xingar os trabalhadores das empreiteiras, fazerem de tudo que se pode imaginar. Digo isso, porque fico parada todos os dias as 8 da manha para o caminhão encher de terra, e, é claro, se você tem um pouco de bom senso, você sabe, que no local aonde a obra esta, é necessário trancar a rua por falta de espaço, para a terra retirada e para o caminhão, mas o ser humano é imprevisível, tenho assistido a cenas que me questiono se não estamos voltando a uma espécie de barbárie. Seres que pensam individualmente, e que partem para algum tipo de violência ao menor sinal de prejuízo para si próprio. O segundo ponto que queria trazer, foi o principal motivo pelo qual fui a reunião. Estou APAVORADA, e esta é a palavra, para expressar a minha angustia nesse momento. Por mais que já tenha sido determinado pelos orgãos responsáveis, inclusive pelo IPHAN, que na orla vai ser posto o pave, eu não entendo como moradores do Sambaqui, um lugar paradisíaco, onde recebe turistas do mundo inteiro que vem para admirar as suas belezas naturais, um lugar com qualidade de vida, um lugar onde vivemos em integração com a natureza solicitarem, e se organizarem para pedir o tão temido pelas instituições ambientais, o asfalto. Lugar inclusive que muitos destes, escolheram para morar, fugindo de cidades REPLETAS DE ASFALTO, e que já não se tem para onde correr. Será que estas pessoas não pensam na natureza , no meio ambiente, e na poluição. Estamos em pleno século XXI, onde a ciência provou, por pesquisas cientificas de varias áreas de estudo, que é necessário zelar pelo que, de recursos naturais ainda existem. O asfalto não possui impermeabilidade, prejudica o solo, o material é poluidor de águas, se deteriora como qualquer outro tipo de pavimento com muito fluxo de veículos. Em dias de chuva, a agua que se acumularia no asfalto, teria sua saída para onde, o mar???? E os pescadores que ali pescam, e as pessoas que tomam banho de mar, praticam esportes aquaticos??? O resto da cidade é asfaltada, como alegaram. Sim, realmente. Mas observem o que o asfalto fez com a Rua Osni Ortiga na Lagoa, e o estado que se encontram as ruas da cidade.Porque não asfaltamos a Padre Rohr, e deixamos a orla com pave, que é no momento o pavimento mais ecologicamente correto no mundo inteiro. Evolução e Progresso é isso, é harmonizar, e equilibrar, é adaptar-nos ao meio ambiente as nossas necessidades de sobrevivência. O Pave ainda ira preservar o que nos resta de Historia da região. Os ABSURDOS que ouvi na reunião foram muitos, mas o top 10 esta ai. Os que defendem os asfalto, questionam, QUE HISTORIA QUE TEM SAMBAQUI?????? Opa Calma La, da onde você veio?? é o que se tem que perguntar para um cidadão como esse. Somos umas das primeiras colônias açorianas da Ilha de Santa Catarina, somos conhecidos no mundo inteiro, pelas nossas características, nossos casarios antigos, tombados pelo Patrimônio Histórico, nosso folclore, e etc.... COMO ASSIM, QUE HISTORIA??????????Outro absurdo foi algo como.....a ABS já morreu.....se morreu foi porque faltou força politica de todos os moradores da região. Afinal, a ABS é uma instituição que precisa dos moradores conectados na mesma luta para que ela possa ter uma representatividade convincente. E esta abandonada. Fica registrado o meu manifesto. Que sirva de reflexão para aqueles que encima do muro estão. O importante agora, é fiscalizar a obra como foi determinado ontem a noite, na reunião. E não mais questionar o pavimento. Sejamos sensatos.